sábado, 23 de agosto de 2008

Pai

(Lápis de cor sobre papel)

Pai, embala o meu coração e arranca dele todas as angústias,
faz-me suportar a carga que pesa sobre mim.
E ainda que as dificuldades me surpreendam,
ilumina o meu chão, e mesmo descalça
me ajuda a suportar a dor dos espinhos.
Faz com que esta raiva que às vezes sinto,
me faça compreender o valor da Paz.
Deixa correr em mim todas as lágrimas
até inundar o meu coração de esperanças,
sem o risco de me afogar nelas.
Faz-me olhar sem medo para as portas do desconhecido.
E de olhos vendados é no escuro que sinto que estás aqui,
e de mãos dadas contigo, consigo olhar para dentro de mim
reconhecendo os meus próprios erros.
A tua presença reconforta o meu cansaço,
entrego-me a ti de alma e coração,
e nesse instante sei que posso ter um novo despertar.
Pai, transforma a minha vida numa celebração diária
e faz de mim um ser melhor.
É esta a fé que me conduz.
E sem querer alcançar o vento e porque a chuva não molha só o meu rosto,
abro todas as janelas e deixo entrar aquele que nasceu para todos,
com a certeza de que os milagres acontecem!
Ana Paula Gouveia

2 comentários:

Anónimo disse...

"Pai, embala o meu coração e arranca dele todas as angústias"

Gostei... acho que a fraze inicial é muito bonita!

Anónimo disse...

Uma homenagem ao(s) pai(s).

Ainda tenho o meu, como tal não percebo ainda a dor daqueles que já o perderam. Apenas imagino o quanto deve ser doloroso e angustiante.
Seja ele que tipo de pai tenha sido...
Penso que um pai é sempre uma perda dolorosa e uma benção para quem ainda o tem!