sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Inconsolável

(Carvão sobre papel)

Quero fugir desta súbita tristeza
vinda num voo de esperanças perdidas.

O desespero de não ver nada diante dos olhos
com a certeza de que não sou querida.

Vejo a crueldade dos que me cospem na ferida
e sacudindo o pó das lembranças, nada acontece!

Só a dor me enlouquece!

Desfaço o bordado do enxoval de sonhos
porque a vida não é colorida

Arde lentamente o fogo da verdade,
pouco queima ouvidos surdos da maldade.

Quero desaparecer mas não sei para onde,
já não há mais buracos para quem se esconde.

Acordo numa vida que não merece ser vivida.

Mas nem morta deixarei de ser quem sou...

Nada!







Ana Paula Gouveia

2 comentários:

Haere Mai® disse...

Sabes amiga? Eu sempre admirei os teus trabalhos! Tens muito talento!
Este teu trabalho é admirável!

Beijo azul...Sempre!

Feliz ano 2009!

AnaMar (pseudónimo) disse...

Trabalho admirável.
Um poema belo, apesar de triste, de desalento.
Força.

Podemos ser tudo...